terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Resenha: O Mágico de Oz


Obra escolhida para o Desafio Literário de Janeiro
Autor: L. Frank Baum 
Editora: Zahar 
Ano: 2013 
páginas: 223
 



“Dorothy vivia no meio das grandes pradarias do Kansas, com seu tio Henry, que cuidava de uma fazenda, e a tia Em [...]”. Assim inicia a história da pequena Dorothy, que vivia numa região cinzenta, triste e em situação precária sob a guarda de seus tios e com seu cachorrinho, Totó.

Mesmo quem nunca tenha assistido ao famoso filme que tornou Judy Garland em uma jovem estrela, sabe vagamente da história: um ciclone misterioso leva a garotinha e seu cachorro para bem longe de seus tios.
Quando o ciclone vai embora, Dorothy se vê em uma terra estranha e se depara com seres estranhos, mas bem amigáveis (em sua maioria). Tudo o que ela sabe é que deve seguir o caminho de tijolos amarelos e encontrar Oz na Cidade das Esmeraldas, pois ele a ajudará a retornar para casa.
Em sua jornada, Dorothy encontra com Espantalho, o Homem de Lata e o Leão, que passam a acompanhá-la para também se encontrarem com o grande Oz e conseguir realizar seus desejos. Nessa longa viagem, os quatro amigos enfrentam perigos, aventuras, desafios e seus próprios medos, mas que se descobrem a si mesmos e o verdadeiro valor que cada um possui.

***

Logo na apresentação da obra lê-se: “O Mágico de Oz está para os Estados Unidos, assim como Alice no País das Maravilhas está para a Inglaterra, ou os contos dos irmãos Grimm para a Alemanha”. Publicada em 1900, esta obra foi de grande importância para a época, e embora seja muito comparado à de Lewis Carroll, Baum não gostava do nonsense que era Alice. Contudo, gostava do enredo sempre agitado, em que aconteciam coisas diferentes, o que deixou milhares de crianças encantadas pela obra de Carroll. Foi assim que o escritor norte-americano se inspirou para criar a terra de Oz.
Com um quê de contos de fadas, O Mágico de Oz possui personagens bem estruturados, com aspectos quase que totalmente humanos. Se juntássemos os três amigos de Dorothy, podemos reconhecer os medos que temos de sermos incompletos: será que somos inteligente, bons e corajosos o bastante para seguirmos adiante?
A história em si é muito leve e divertida, embora a obra tenha um pouco mais de 200 páginas, se você tiver tempo, é uma leitura para um dia. Como a história é voltada para o público infanto-juvenil, os diálogos procuram trazer reflexão sobre o assunto e até posso dizer que tem um fundo de moral. Fiquei encantada com o personagem do Espantalho, pois apesar de ser quem supostamente não tem cérebro, é dele as melhores frases e ideias.
O trecho que mais me fez pensar foi o diálogo entre Dorothy e Espantalho, no qual este não entende como a menina pode querer voltar para um lugar tão feio, seco e triste como é o lugar que ela descreve como lar, sendo que tem uma terra linda e maravilhosa para desbravar em Oz. Eis que Dorothy retruca:


“– Isso porque você não tem cérebro. Por mais que nossas casas sejam tristes e cinzentas, nós, as pessoas de carne e osso, preferimos viver nelas do que [sic] em qualquer outro lugar, mesmo o mais lindo do mundo.” Então, finaliza com a famosa frase: “não há lugar como nossa casa!”

Então Espantalho suspira: “– Claro que não entendo, se as suas cabeças fossem recheadas de palha como a minha, o mais possível é que todos vocês vivessem nos lugares mais bonitos, e aí o Kansas ficaria sem nenhum morador. Ainda bem para o Kansas que vocês têm cérebro.”

Gostei muito do livro, não sei como demorei tantos anos para ler. Extremamente recomendado para crianças entre seus 8-12 anos, que estão iniciando sua vida como leitor.

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