quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Resenha: Alice no País das Maravilhas


Obra escolhida para o Desafio Literário de Janeiro  
Autor: Lewis Carroll
Editora:Zahar
Ano: 2010
páginas: 315





Juntos naquela tarde dourada
Deslizávamos em doce vagar,
Pois eram braços pequenos, ineptos,
Que iam os remos a manobrar,
Enquanto mãozinhas fingiam apenas
O percurso do barco determinar.

Ah, cruéis Três! Naquele preguiçar,
Sob um tempo ameno, estival,
Implorar uma história, e de tão leve alento
Que sequer uma pluma pudesse assoprar!
Mas que pode uma pobre voz
Contra três línguas a trabalhar?

Imperiosa, Prima estabelece:
"Começar já"; Enquanto Secunda,
Mais brandamente, encarece:
"Que não tenha pé nem cabeça!"
E tertia um ror de palpites oferece,
Mas só um a cada minuto.

Depois, por súbito silêncio tomadas,
Vão em fantasia perseguindo
A criança-sonho em sua jornada
Por uma terra nove e encantada,
A tagalerar com bichos pela estrada
- Ouvem crédulas, extasiadas.

E sempre que a história esgotava
Os poços da fantasia,
E debilmente eu ousava insinuar,
Na busca de o encanto quebrar;
''O resto, para depois...'' ''Mas já é depois!''
Ouvia as três vozes alegres a gritar.

Foi assim que, bem devagar,
O País das Maravilhas foi urdido,
Um episódio vindo a outro se ligar.
E agora a história está pronta,
Desvie o barco, comandante! Para casa!
O sol declina, já vai se retirar.

Alice! Recebe este conto de fadas
E guarda-o, com a mão delicada,
Como a um sonho de primavera
Que à teia da memória se entretece
Como a guirlanda de flores murchas que
A cabeça dos peregrinos guarnece.

O livro conta a história de uma menininha, em torno dos 6-7 anos, chamada Alice, que numa tarde em que passa com sua irmã, observa um coelho apressado e resolve segui-lo até sua toca. O que Alice não esperava é que o pequeno buraco pudesse levá-la a uma realidade totalmente diferente, povoado por animais que falam e criaturas peculiares.
Não estava esperando tudo aquilo que descobri depois que li. Acreditava que Alice não passava de mais um livro de contos de fadas, com mais uma criança bobinha e inocente.
Estava enganado. Apesar de completamente nonsense, não pude deixar de rir com o desenrolar das peripécias de Alice, dos seus comentários, sua teimosia e atrevimento, e de me identificar com alguns de seus hábitos.

Acredito que um dos momentos de que mais gostei, foi quando Alice se encontra com o Chapeleiro, a Lebre de Março e o Caxinguelê, e em determinado momento eles discutem sobre o tempo.
Esperava, é que o pequeno buraco pudesse levá-la a uma realidade totalmente diferente, povoada por animais que falam e criaturas peculiares.
Não pude deixar também, de refletir com muitos dos diálogos dos personagens, o que me leva a crer que este é um livro além da literatura infantil.

“Mas não quero me meter com gente louca, Alice Observou.
Oh! É inevitável, disse o Gato; ou não teria vindo parar aqui.
Como sabe que sou louca?, perguntou Alice.
Só pode ser, respondeu o Gato, ou não teria vindo parar aqui.”



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