sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Personalidade do mês: Charles Dickens



Abrindo a coluna Personalidade do Mês, nosso convidado é de Landport, Inglaterra, nascido em 7 de fevereiro de 1812, e registrado com o nome Charles John Huffan Dickens.

Dickens, para os íntimos, retratou em suas obras a vida dura dos pobres e operários da Inglaterra durante a Revolução Industrial. Por seus relatos realistas, ele se tornou não só o maior romancista inglês, como também da literatura mundial. Muitos dos relatos foram vividos na própria pele, pois ele mesmo não era abastado nem vinha de família nobre.

Sua família era de classe operária, assim como muitos de seus personagens, o que o levou a ter uma infância muito difícil. Quando ele tinha 12 anos, seu pai foi preso por causa de dívidas. Sem a fonte principal de sustento, Dickens foi obrigado a trabalhar em uma fábrica de graxa, rotulando os frascos. Mesmo após algum tempo, quando sua família conseguiu melhorar financeiramente, sua mãe não o deixou largar o trabalho. Dickens nunca conseguiu perdoar sua mãe por isso.

Assim como muitos escritores, Dickens quase se tornou advogado quando trabalhou num escritório, mas ele achava que não era a carreira certa. Mesmo assim, aprendeu taquigrafia e trabalhou como estenógrafo no tribunal.

Dickens bem à vontade!
Aos 18 anos, ele se descobre na carreira de jornalista. Nessa época, por sua experiência anterior, começou como cronista judicial, sob o pseudônimo de Boz (uma forma de homenagear seu irmão).

Sabemos que muitos artistas apenas conseguiram se consagrar postumamente, mas com Dickens foi diferente. Podemos dizer que ele estava na hora certa e no lugar certo. Com um pouco mais de 20 anos, ele fez seu nome com As Aventuras do Sr. Pickwick.

Suas primeiras obras (Pickwick, 1836, e Oliver Twist, 1838) eram publicadas por capítulos mensalmente e semanalmente, respectivamente. Essa fórmula foi a precursora das foto e telenovelas. Isso funcionou muito bem, pois o público ansiava pelo restante da história no próximo periódico.

Casou-se logo depois do lançamento de As Aventuras do Sr. Pickwick. Viveu 22 anos com Catherine Hogarth, com quem teve 10 filhos.
Seu romance "Grandes Esperanças" é considerado pelos críticos o equilíbrio perfeito entre a realidade e a fantasia, a crítica social e a reflexão humana, o melodrama e o bom humor.
Ironicamente, em 1843, Dickens se vê em outra crise financeira. Para tentar se salvar, escreve Um Conto de Natal. O próprio autor satiriza e, na época, o apelidou de “livrinho de Natal”. Porém, tornou-se um dos maiores clássicos de todos os tempos, lido por todo o mundo e todas as crianças. Apenas nos primeiros dias, foram vendidas mais de 6 mil cópias. (!!)
Ele fundou uma instituição de caridade para ensinar mulheres a aprender a ler e escrever.

Em Londres, a casa que Dickens viveu por dois anos, hoje é um Museu

No dia 9 de junho de 1870, vítima de um ataque cardíaco, Dickens parte deste mundo, mas deixa uma grande herança para nós, leitores.

"Cada fracasso ensina ao homem algo que necessita aprender."


REFERÊNCIAS

ENCYCLOPEDIA BRITANNICA. Dickens, Charles (John Huffam). Chicago: Encyclopædia Britannica, 2014.

GUIA DOS CURIOSOS. Curiosidadessobre Charles Dickens. 2014. 

SPARTACUS EDUCATIONAL. Charles Dickens: journalist. 

Tubo 5 - lugares imperdíveis para visitar na Cidade do México


A Cidade do México é uma das maiores do mundo, possuindo 16 delegações e 300 colônias, como são chamados os bairros no México. Foi construída sobre a antiga capital asteca Tenochtitlan e já na época da colonização era uma das maiores cidades do mundo.
Para quem quiser visitar a cidade do México pela primeira vez, deve saber que a maior parte dos atrativos turísticos se concentra no Centro Histórico: a Praça da Constituição – popularmente conhecida sob o nome de Zócalo, a belíssima e imponente Catedral Metropolitana, o Palácio Nacional e a zona arqueológica do Templo Mayor; além de uma grande quantidade de museus albergados nos casarões coloniais. A poucas quadras de distância encontramos a Praça Garibaldi, um cenário ao qual não podemos deixar de comparecer para viver o México profundo rodeado de cheiros de tequila e música de mariachi.
Foi difícil selecionar apenas 5 lugares, mas escolhi os que eu mais gostei e que me impressionaram mais, sendo que Teotihuacan não fica na Cidade do México, situando-se a cerca 50 quilômetros da capital, mas o lugar é tão impressionante e maravilhoso, que o incluí nessa listagem.

Museu do Templo Maior

A serpente emplumada - arquivo pessoal
Degraus de adoração - arquivo pessoal
O Templo Maior era um dos principais templos astecas na sua capital Tenochtitlan, atual Cidade do México. Era dedicado a Huitzilopochtli, deus da guerra e a Tlaloc, deus da chuva e da agricultura. Quando os espanhóis conquistaram o império asteca, o templo foi demolido e suas pedras foram utilizadas para construir a Catedral Metropolitana. O que sobrou do templo e dos edifícios adjacentes foi soterrado, para suprimir a memória dos sobreviventes do povo asteca. A localização do templo foi esquecida e a Cidade do México cresceu sobre suas ruínas. No início do século XX, arqueólogos e historiadores descobriram manuscritos astecas que deram uma boa pista sobre onde estariam as ruínas do templo. Dessa forma, começaram um trabalho de escavação e resgate no sítio arqueológico. Atualmente, as peças encontradas estão no Museu de Antropologia do México, algumas estão em fase de estudo e restauração e o Templo Maior se converteu em um museu, com suas construções a céu aberto, que possibilitam a visita de estudantes, curiosos e amantes da História.
 

Catedral Metropolitana

Fachada da Catedral - arquivo pessoal
Uma das mais antigas igrejas católicas do continente americano, a Catedral Metropolitana da Cidade do México foi construída com as pedras retiradas do Templo Maior. Devido ao seu peso, a Catedral começou a afundar, levando uma equipe de engenheiros, arquitetos, historiadores, arqueólogos e restauradores a realizar um empreendimento para reestruturar a igreja. Parte do que foi afundado pode ser visto através de “janelas” de restauração no novo pátio da Catedral.
Uma curiosidade, em 22 de outubro de 2007, durante os trabalhos de preservação e restauração, foi encontrada da base da cruz de uma das torres do edifício, uma “caixa do tempo”, feita de chumbo, com moedas, medalhas e um pergaminho. Essa caixa foi enterrada pelo arquiteto José Damián Ortiz de Castro em 14 de maio de 1791.

Uma olhadinha mais de perto
A Catedral conta com quatro altares, onde se realizam ritos separados, às vezes simultaneamente.
Palácio Nacional
Fachada do Palácio Nacional - arquivo pessoal
É a sede do Poder Executivo da República Federativa do México, localizado na Praça da Constituição, chamada de Zócalo, o palácio ocupa um terreno de 40 mil metros quadrados. Segundo a página oficial da Presidência da República Mexicana, "Desde tempos imemoriais foi o espaço onde os governantes exerceram a sua autoridade, o centro de gravidade da política, o sítio onde o poder se materializava. A sua transformação com o passar dos séculos foi também fiel reflexo das transformações da sociedade mexicana. A história do actual Palácio Nacional é centenária, embora as modificações arquitectónicas nunca tenham violentado a sua natureza: sempre foi origem e destino do poder". Ou seja, o Palácio se localiza no mesmo lugar onde ficava o centro administrativo do Império Asteca. O edifício é impressionante, lindíssimo e contém, além dos murais de Diego Rivera e Siqueira Campos, exposições sobre os povos Pré-Colombianos.
 
Murais de Diego Rivera, que representam toda a história do povo mexicano.
Detalhe do mural de Diego Rivera. Em destaque, usando uma estrela do comunismo, vemos a esposa de Rivera, a grande pintora Frida Khalo. - arquivo pessoal

Secretaria de Educação
O muralista Diego Rivera e sua esposa Frida Khalo eram comunistas e como tal, acreditavam que somente através da cultura e da educação, o povo poderia romper os grilhões da ignorância e da exploração. A Revolução Mexicana trouxe um pouco desse ideal para o povo mexicano. Os murais de Diego Rivera buscam emocionar, conscientizar e trazer a história de seu povo para o conhecimento de todos. Fiquei empolgada e emocionada ao ver as obras de arte e as poesias escritas pelas paredes desse lindo edifício.
Pátio da Secretaria da Educação

 
Murais de Diego Rivera




Teotihuacan

Se existem lugares mágicos, com certeza Teotihuacan é um deles! O nome significa “lugar onde os homens se tornam deuses”.

Dos lugares que visitei no México, esse foi o que mais me encantou e emocionou. Nesse local foram construídas pirâmides para todos os deuses e duas maiores, uma para a lua e a maior de todas, para o sol. Teotihuacan é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.



Pirâmide do sol. Possui cerca de 63 m de altura (quase metade da Pirâmide de Quéops, no Egito)
Segundo a lenda, o mundo teria sido destruído e reconstruído quatro vezes. O mundo era governado por sóis, que eram diferentes do sol atual, eles não aqueciam, nem davam vida. Na primeira vez, o mundo era governado pelos jaguares; na geração seguinte o mundo foi destruído por furacões e pelo vento; a terceira geração da humanidade foi destruída pelo fogo dos vulcões; e a quarta geração foi destruída pela água, através de um dilúvio. No início da quarta geração, os deuses se reuniram em Teotihuacan para decidir quem seria o próximo sol. Cada um dos deuses tinha que passar por um teste sacrifício, jogando-se no fogo eterno. Conforme os deuses iam se jogando no fogo, iam brotando pequenas pirâmides que seriam seus locais de moradia eterna. No final, sobrou um jovem arrogante que ainda não possuía nome, mas que era muito mais forte que os deuses anteriores. Ele se jogou no fogo e seu corpo foi alçado ao céu, na forma de lua e no local do fogo surgiu a pirâmide da lua. O último que restou, era um ancião, muito sábio, que ao se atirar ao fogo, subiu ao céu, na forma do sol que conhecemos, que aquece, ilumina e faz as plantas crescerem. No local onde o deus sol se lançou ao fogo, surgiu a grande pirâmide do sol.


Pirâmide as Lua e o vale dos deuses. A pirâmide tem 45 m de altura. Atualmente, devido a muito vandalismo, só é possível subir até a metade dessa pirâmide.


Avenida dos mortos, com as pirâmides dos deuses. Vale dos deuses. A Avenida dos mortos começa na pirâmide da lua e termina no local que era conhecido como citadela. Tem 4 km de comprimento com uma largura total de 45 m.